Publicado em: 6/02/2017
Praias desertas, areia branca, água azul turquesa e descontraídas baladinhas até altas horas
Por Graça Antonini
Um dia perfeito em Itacaré. Acordamos cedo para o passeio pelas praias selecionadas da região, um passeio praticamente obrigatório para os turistas. Como as melhores ficam mais distantes da vila, uma van nos levou o mais próximo possível de três belíssimas praias. Seguimos caminho andando pela vegetação exuberante, com areia branca e fina, por cerca de meia hora. O último trecho da trilha – e também o mais longo – acompanhava a costa azul, vistas tão maravilhosas que eram mais como um presente. Mas foi Itacarezinho que coroou o dia. Entramos na paradisíaca praia, quase deserta, com seus 3.5 km de areia branquíssima, repleta de coqueiros e banhada por um cristalino mar azul turquesa. Quando entramos na água morna, tínhamos certeza: estávamos no paraíso.
Fim do dia. Vitamina D ativada e corpo revigorado. Seguimos para a segunda maravilha de Itacaré: o agito da noite. Música ao vivo e DJs em vários bares espalhados pela avenida principal, e uma babel de jovens turistas brasileiros e estrangeiros que fazem da amizade fácil e alegria a prata da casa até altas horas.
Até há uns 20 anos, a vila de Itacaré era pouco conhecida, isso porque ela ficava isolada do resto da Bahia, com um único acesso por uma estrada de terra difícil de encarar. Mas, com o tempo e a chegada do asfalto, a antiga vila de pescadores começou a se destacar no turismo baiano. Localizada a 54 km ao norte de Ilhéus, Itacaré tem belas praias, abraçadas pela Mata Atlântica e fazendas históricas de cacau.
O lugar é uma mistura de mar, mata e montanhas. Um destino perfeito para o ecoturismo. Mas também uma cidade culturalmente farta, com casarões do período colonial e uma gastronomia de frescor, inspirada nos frutos e frutas da região.
Na cidadezinha, de apenas 24 mil habitantes, há pousadas e restaurantes simples, mas de qualidade. O comércio se concentra em uma única rua e, à noite, as pousadas e barzinhos à beira mar conquistam os turistas. Itacaré leva uma vida leve e é esse tipo de tranquilidade e simplicidade que vem atraindo mais e mais pessoas.
NATUREZA E AVENTURA
Devido a suas montanhas e ao pedaço praticamente intocado de Mata Atlântica, Itacaré, além do surf, é muito forte em esportes de aventura. Rafting, cascading, tirolesa e arvorismo são opções para quem gosta de ação. Mas o principal esporte de lá é, com certeza, o trekking. São dezenas de trilhas, muitas vezes, como o único caminho para praias desertas e cachoeiras da região. É aí que fica claro que Itacaré não é um destino para quem não gosta de entrar intensamente em contato com a natureza. Suas belezas vêm com um preço, é quase como se elas tivessem de ser conquistadas. O que é bastante entusiasmante.
AS PRINCIPAIS PRAIAS
Praias como Resende e Tiririca, duas entre as favoritas dos surfistas, por causa das ondas fortes, são mais fáceis de se alcançar, por ficarem bem mais próximas da cidade. Ao contrário de Itacarezinho, que é mais afastada, mas completamente acessível, inclusive para quem vai de carro.
Já para chegar a uma das principais praias de lá, a chamada Prainha, é necessário encarar uma trilha de 40 minutos por dentro da mata. E vale a pena. A recompensa é uma vista de tirar o fôlego, com areia branquinha e o mar agitado com ondas que atraem os surfistas de Itacaré.
Assim como a Prainha, a linda Havaizinho e a deserta Engenhoca exigem pernas bem fortes. É uma boa caminhada para conseguir alcançar qualquer uma delas, mas vale ressaltar que chegar lá também é extremamente prazeroso. A mata é revigorante e rica, além de ter um visual digno de ensaios fotográficos (que são, de fato, frequentes por lá).
Esse é, sem dúvidas, o diferencial de Itacaré: um lugar a ser descoberto. O contato extremo com a natureza e os deleites que ela dá àqueles que estão dispostos a enfrentá-la e, sobretudo, deixar se encantar por ela.